Por Gilson Camargo / ExtraClasse
A decisão estratégica de fechar cursos de licenciatura presenciais de baixa procura e manter somente a oferta nas modalidades de EaD ou híbrida pode deixar a maioria das Instituições de Ensino Comunitárias (Ices) fiquem de fora do programa Professor do Amanhã, iniciativa do governo do estado, que tem inscrições de projetos até o dia 17 de janeiro.
Isso porque o edital do programa, que prevê investimentos de R$ 57 milhões até 2026 com a oferta de subsídios de R$ 800,00 por bolsa tanto para o aluno quanto para a instituição, aceita somente a inscrição de projetos curriculares presenciais.
O Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), entidade que representa as 14 instituições de ensino superior comunitárias privadas do estado confirmou que a maioria das Ices reduziu a oferta de licenciaturas.
Algumas instituições mantiveram seus cursos presenciais, caso das universidades de Santa Cruz do Sul (Unisc) e de Passo Fundo (UPF), de acordo com, mas há casos como a UCPel, que manteve apenas Licenciatura em Pedagogia em EaD.
O Comung, que desde dezembro vem apontando uma série de restrições ao projeto, informou que ainda está analisando o edital e verificando se enviará propostas. Por isso, pediu prazo para se manifestar.
Formação de professores
Com foco na formação de docentes para atuarem na educação básica da rede pública do Rio Grande do Sul, o programa Professor do Amanhã destinará até mil bolsas a instituições comunitárias de ensino superior (ICEs) para cursos de licenciatura em áreas estratégicas. A lei que cria o programa foi sancionada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) no dia 4 de outubro.
A iniciativa terá investimento de R$ 57 milhões até 2026, com a concessão de R$ 800 mensais ao aluno como bolsa de permanência nos estudos e mais R$ 800 mensais à ICE como taxa acadêmica correspondente àquela vaga. A vigência das bolsas será de quatro anos, contados a partir de 2024.